O Fórum A Cidade Também é Nossa, que existe desde 2007 e congrega 26 entidades e movimentos sociais, vem discutindo a necessidade da participação cidadã como essencial para a renovação das práticas políticas na região metropolitana de Salvador, na Bahia e no Brasil.
Estamos também nas ruas, acreditando que as recentes manifestações da sociedade significam a vontade do povo, a busca por renovação na política. Estamos solidários na luta por políticas públicas inclusivas de mobilidade urbana, meio ambiente, segurança, saúde, educação e habitação, com planejamento e transparência, assim como na defesa da ética na política e, sobretudo, na busca de maior participação popular nas decisões que comprometem o futuro de nossas cidades.
Empenhados em evitar o mau uso de recursos públicos, exigimos participar efetivamente das discussões e decisões que envolvem grandes investimentos. Questionamos iniciativas discutíveis, a exemplo da obra da Arena Fonte Nova no valor de 1,6 bilhão de reais, o trecho Bonocô do Metrô, o mais caro do mundo, que já custou mais de 1 bilhão de reais e ainda não serve à população, a Ponte Salvador-Itaparica, com previsão de custo mínimo de 7 bilhões, que levará intenso trafego rodoviário para a área central ja congestionada de Salvador e poderá afetar negativamente a BTS e o Recôncavo. Questionamos também a anistia das dívidas do Aeroclube, da ordem de 35 milhões de reais, beneficiando uma empresa que descumpriu o contrato com a prefeitura. No âmbito federal, denunciamos, entre outras coisas, a isenção do IPI para automóveis particulares – uma renúncia fiscal bilionária que vem gerando o enorme caos urbano nas grandes cidades brasileiras – em vez do uso deste recurso público em sistemas de transporte coletivo mais eficientes.
O povo exige o direito de exercer controle social a fim de evitar decisões desastrosas dos gestores e o uso irresponsável dos recursos públicos. Queremos democracia participativa já.
Salvador, 19 de junho de 2013,
Fórum A Cidade Também é Nossa.
Einstein dizia “Os problemas significativos que enfrentamos, não podem ser resolvidos no mesmo nível de pensamento em que estávamos quando os criamos”. Penso que a política no mundo precisa mudar em direção a uma democracia cada vez mais direta na qual o cidadão comum passa a ser mais consultado sobre decisões de caráter público. Creio que é isto que a multidão diz, aqui, na Turquia, na Primavera Árabe, no Occupy Wall Street, nos “indignados” europeus, porém ainda de forma pouco precisa. Os meios tecnológicos estão aí para viabilizar mais participação – e as manifestações são fruto deles também – mas as estruturas políticas e sociais não. A horizontalidade é uma nova forma política em construção e é demandada e comprovada em manifestações que não são guiadas por ninguém. Basta participar para ver. O povo quer RESPEITO.